quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Celebridade Urbana, Tio da Casquinha se despede

Ruy da Silva Peres sofria de câncer de próstata e de Mal de Alzheimer e estava hospitalizado há uma semana

 

Uma das figuras mais emblemáticas de Caxias do Sul deixou a cidade órfã, ontem.

 

Ruy da Silva Peres, 77 anos, o Tio da Casquinha, morreu por volta das 14h, no Hospital Geral. Ele sofria de câncer de próstata e de Mal de Alzheimer e estava internado há uma semana. 

Entre os caxienses, é difícil encontrar quem nunca tenha deparado com o senhor de longa barba branca, usando touca de Papai Noel e carregando um carrinho verde de metal cheio de casquinhas. Portando um chocalho de madeira e ferro, fazia barulho e anunciava sua presença.

Peres era facilmente encontrado próximo a escolas da área central. Os estudantes eram os principais consumidores da casquinha preparada pela mulher dele, Maria de Lourdes Teles, 77.


Vender o doce era ocupação que perdurou por cerca de 50 anos, trabalho que ele chegou a dividir com a profissão de garçom.


As casquinhas de Peres conquistaram gerações. A pedagoga Aurea de Abreu Machado, 40, conta que entre as décadas de 1970 e 1980, quando estudou no Colégio São Carlos, era compradora assídua do senhor do qual sequer sabia o nome.


– Era uma figura marcante. Na saída da escola, minha mãe me esperava ao lado dele com o dinheiro para eu comprar – lembra.


A filha de Aurea, Maria Gabriela Machado, 17, também o conheceu. Quando tinha seis anos, comprar casquinhas era atividade de todos os fins de tarde. Para ela, a figura de Peres remetia a um personagem marcante da infância, o Papai Noel.


– Estou muito triste, porque ele foi um dos marcos da minha infância. Vou lembrar dele para sempre. Eu nunca conversei com ele, mas nem precisava falar para as pessoas gostarem dele. Ele transmitia carinho pelo olhar – descreve.


O vereador Rodrigo Beltrão (PT) também destaca a lembrança de Peres. Hoje com 32 anos, ele recorda que conheceu o Tio da Casquinha quando tinha apenas seis. Dos seus quatro filhos, os dois mais velhos também saborearam o doce no Parque dos Macaquinhos.


Há oito meses, o Tio da Casquinha não era mais visto pelas ruas. Acamado, teve de se afastar da atividade de que tanto gostava.


– Ele parou porque estava doente, chegou a passar mal na rua e ser levado para casa. Teimava em ir (trabalhar), gostava de estar na rua. Mesmo ruinzinho, fraquinho, ele queria trabalhar – conta a nora, Marli de Oliveira Peres, 42.


cristiane.barcelos@pioneiro.com

Confira o video com o tio Casquinha

2 comentários:

  1. Awwwn, que fofo!

    Esqueceram de mencionar que ele pagou a faculdade dos filhos com o dinheiro das casquinhas! :O

    Esse era um que adorava trabalhar mesmo. Estava sempre alegre e se divertia vendendo as casquinhas!

    Grandes papos com o tio da casquinha =( Trará saudades.

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  2. Bem colocado Vinicius, faltou mesmo. Obrigado pela contribuição do comentário e volte sempre aqui!

    Abraços

    Equipe Caxias do Sul O filme

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